domingo, 29 de março de 2015

BPM no futuro do varejo

Na esteira do aumento da renda e do poder aquisitivo da população brasileira, está a expansão do varejo. Dados da pesquisa Pyxis Consumo, do Ibope, de outubro de 2013, sinalizavam que em 2013 o consumo cresceria cerca de 10%, totalizando R$ 1,55 trilhão.  Na liderança, os gastos com alimentação dentro e fora do domicílio (R$ 378 bilhões), seguidos das despesas com vestuário (R$ 128 bilhões).
Comprovando essas estimativas, as 500 maiores empresas declarantes do Ranking Abras/SuperHiper registraram margem de crescimento de 12,9% em relação a 2012, resultado de receita conjunta de R$ 229,4 bilhões. Esse salto soma-se ao de 2012 sobre 2011, que foi da ordem de 11%, com faturamento de 203,2 bilhões. Juntas, todas as bandeiras nacionais registraram R$ 272 bilhões de montante nominal, volume 5,5% acima do período anterior.
Números da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), de 2014, mostram que as vendas do setor supermercadista, em valores nominais, apresentaram crescimento de 7,90% em relação ao mês anterior e, mesmo com pequena queda em relação ao ano anterior, colocam o acumulado do ano acima de 5%.
Pesquisa Pyxis Consumo, do Ibope, divulgada em 2014, indica que, neste ano, os brasileiros devem gastar mais de R$ 10,05 bilhões com produtos de cama, mesa e banho, volume 6% superior ao de 2013.
Em que pesem os prognósticos de crescimento irrisório em 2015, o varejo continua desenvolvendo-se e apresentando números que impressionam. Hipermercados e supermercados somam quase 84 mil lojas no território brasileiro e contabilizam cerca de 1 milhão de funcionários, por exemplo. Uma única rede pode disponibilizar, em seu mix de produtos, mais de 70 mil itens e processar mais de meio milhão de transações por dia.
A realidade do varejo brasileiro responde por desenvolvimento em diversos outros segmentos da economia nacional. A velocidade de expansão das redes, com abertura contínua de novos pontos de venda, estimula a modernização tecnológica e gera problemas relacionados a instrumentos e processos de gestão. Desse modo, alimenta o desafio de manter a qualidade das informações, complexidade diretamente proporcional ao nível de pulverização do negócio.
Em um cenário dinâmico como esse, é fundamental estar preparado para o futuro e para a competitividade sempre ascendente, que atrai players internacionais de olho nos milhões de consumidores. Quem estiver à frente, colherá melhores e maiores resultados.
A situação se torna ainda mais complexa devido ao elevado volume de informações que são gerados diariamente e que precisa ser devidamente organizado e contabilizado. Também há necessidade de excelência na gestão e no controle do negócio, até como forma de planejar investimentos e entender os ganhos e as perdas, buscando oportunidades competitivas. O desafio é identificar cada etapa do processo, sem perder nada nem arranjar justificativas referente aos processos de trabalho.
Se a gestão é alinhada, ela se torna mais assertiva, favorecendo a coesão entre manutenção do alinhamento e estratégia da organização, beneficiando o diálogo com investidores. Um dos principais gargalos é o volume de informações para administrar que, quanto maior e/ou mais pulverizado for o negócio, mais elevados são os riscos e a complexidade da gestão eficaz, pois essas milhares de transações envolvem produtos com classificações fiscais diferentes.
A falta de instrumental para gestão de processo influencia diretamente a lucratividade, pois, se há dúvidas quanto ao volume das operações, também não sabe-se exatamente quanto se ganha nem em que parte do processo se gasta mais nem como é possível diminuir custos. Ou seja, a conta fica aberta e impede a real mensuração dos resultados, impactando diretamente nos investimentos no próprio negócio, em possíveis reajustes salariais, na aquisição de equipamentos, entre outros benefícios que poderiam ser atribuídos. Porém, há impedimentos por ausência de visão panorâmica do todo o negócio.
A não utilização de sistemas e processos que melhorem a gestão acaba gerando informações não confiáveis, que impedem um fechamento mensal eficiente. O estudo Consumer Executive: Top of Mind 2013, realizado pela KPMG International e o The Consumer Goods Forum, credita os problemas mais comumente encontrados nas redes de varejo não apenas a sistemas de TI desatualizados e com interfaces não confiáveis, mas, também, a quebras no processo de  fechamento, decorrentes do alto volume  de transações e a atrasos nas  conciliações.
Nesse setor, ainda há muita resistência a soluções tecnologias focadas em negócio. As empresas que atuam no varejo ainda buscam outras formas para solucionar essas limitações, sem realmente conseguir resultados sustentáveis, capazes de sanar as carências e conferir eficácia ao processo, com mais segurança no reporte de informações aos stakeholders.
É necessária a certeza de que de nada adianta investir em soluções que visam a remediar os problemas. É fundamental que as organizações pensem a longo prazo e invistam em soluções escaláveis e que cresçam à medida que a organização se desenvolve e fica mais robusta. É preciso ser visionário e identificar aonde quer chegar e não apenas sanar o problema pontual. 
O caminho ideal passa pelo investimento em soluções de Business Process Management (BPM), também conhecidas como workflow e indicadas para controlar e gerenciar os processos dentro de uma organização, garantindo que as tarefas sejam executadas pelas pessoas corretas no tempo previamente definido.
A seleção de um fornecedor dessas soluções escalonáveis e modulares, deve considerar a tradição no mercado, com cases de sucesso e que garantirão o pleno funcionamento da solução a favor do negócio, com profissionais qualificados, entre outros.
Esse olhar para o futuro envolve tecnologia atrelada ao negócio, pois mantendo o foco na necessidade de cada processo varejista é possível a tecnologia interferir positivamente e garantir a vantagem competitiva no mercado, atraindo a atenção de investidores estrangeiros para o mercado brasileiro, além de preparar o negócio para as demandas dos próximos anos.

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